domingo, 24 de fevereiro de 2013

Chamada de artigos - revista Saeculum


Saeculum - Revista de História
ISSN 0104-8929 - Qualis B2 - Área de História

Sæculum - Revista de História é publicada pelo Departamento de História da UFPB desde 1995 e, a partir de 2004, passou a ser também o periódico do Programa de Pós-Graduação em História da mesma universidade. Desde então sua frequência é semestral, e se trata de uma revista voltada à divulgação e debate de pesquisas no campo da História e da Cultura Histórica e suas diversas interfaces, abrindo espaço para o diálogo entre pesquisadores do Brasil e do exterior. É indexada no DOAJ (Directory of Open Access Journals) e no Latindex.

CHAMADA DE TRABALHOS

N. 30 - jun. 2014
Dossiê História e História das Religiões
Organizadores: Carlos André Macêdo Cavalcanti (UFPB) e Carmen Lícia Palazzo (UniCEUB)
Prazo para envio de artigos: 06/04/2014

FLUXO CONTÍNUO
A revista Sæculum aceita propostas, em fluxo contínuo, para publicação de artigos, comunicações, resenhas, entrevistas e memórias (palestras, depoimentos, documentos e fontes) na área de História, que devem ser enviada apenas eletronicamente, com redação em português, inglês, francês ou espanhol, e cujo(s) autor(es) tenha(m) a titulação mínima de mestre.
OBSERVAÇÃO: a) NÃO SERÃO ACEITAS propostas elaboradas em coautoria entre graduandos ou mestrandos e orientadores; b) NÃO SERÃO ACEITAS propostas contendo mais de 3 (três) autores.

PARA MAIORES INFORMAÇÕES E NORMAS EDITORIAIS: http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/srh/index
CONTATO: saeculum@cchla.ufpb.br

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Eleição do Papa: um raio-x do conclave que definirá o substituto de Bento XVI


A prematura necessidade de encontrar um novo papa, após o inesperado anúncio de renúncia do pontifício Bento XVI na última segunda-feira (11/02), orientou, durante a semana, todas as atenções para os possíveis candidatos e o conselho de cardeais que escolherá a próxima autoridade máxima do Vaticano. Denominada “conclave”, a eleição do cardeal que ocupará o posto máximo do Clero deve ter início entre os dias 15 e 20 de março, segundo o Vaticano.

Somente podem participar do conclave os cardeais com idade interior a 80 anos. Devido ao critério, dos 210 elevados ao posto clérigo em todo o mundo, 92 (incluindo Bento XVI, que tem 85 anos) já estão automaticamente excluídos. Ao todo, 117 eclesiásticos têm direito a voto no conclave, já que o ucraniano Lubomyr  Husar completará 80 anos antes de 28 de fevereiro, dia em que Bento XVI deixará de ser pontífice.

A média de idade dos 117 cardeais elegerão o novo papa é de 71,9 anos. Ao todo, 50 países estão representados pelo grupo eclesiásticos, também candidatos ao pontificado. Destes, apenas 19 são latino-americanos. O dado mostra uma desproporção quanto à representatividade nos altos postos religiosos do Vaticano, já que a América Latina concentra quase metade dos católicos do mundo.

Entre os latino-americanos, por sua vez, aparecem eclesiásticos de Honduras, Argentina, República Dominicana, Cuba, Chile, Venezuela, Equador, México, Colômbia, Peru e Brasil. Os 19 votos, no entanto, podem ser insuficientes para garantir representação da região na chefia de Estado da Cidade do Vaticano, já que 61 dos eleitores são europeus. Destes, 46% são da Itália, tradicional terra natal do papado, mas que não se vê representada na cume da hierarquia católica há 35 anos.

A Itália tem, de longe, o maior número de candidatos ao posto deixado por Bento XVI. Seus 28 cardeais com menos de 80 anos deixam os Estados Unidos para segundo lugar quanto a maior representação no conselho, com 11 cardeais. O ranking é seguido pela Alemanha, com seis eclesiásticos votantes e Brasil, Índia e Espanha, com cinco cada. A Polônia, país do papa João Paulo II (1978-2005), antecessor de Bento XVI, conta com quatro cardeais eleitores-candidatos.

Os brasileiros que figuram no conselho são Cláudio Hummes, ex-arcebispo de São Paulo e prefeito emérito da Congregação para o Clero, o mineiro Geraldo Majella Agnelo, arcebispo emérito de Salvador, o arcebispo de São Paulo Odilo Pedro Scherer, o atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Raymundo Damasceno Assis, e João Braz de Aviz, ex-arcebispo de Brasília.

Dos cinco brasileiros, apenas Scherer e Braz de Aviz possuem menos de 70 anos e se enquadram na “idade ideal” para o papado, descrita por Hummes em entrevista publicada na última quarta-feira no jornal Folha de S. Paulo. “Espero que [o papa eleito] seja um homem mais novo”, afirmou, quando questionado sobre suas chances para o posto. “Tivemos um papa muito jovem, João Paulo II, que foi eleito com 58 anos, e depois um papa muito idoso, o Bento 16, eleito com 78 anos. Espero agora que encontremos a média”, completou.

A preocupação com idade do futuro papa também foi evidenciada na mensagem de renúncia do próprio Bento XVI. Em seu discurso, o eclesiástico alemão afirmou que a Igreja e os novos problemas que a instituição deve enfrentar demandam um alto representante com maior vigor físico. A mensagem indica a necessidade de um jovem para o encargo, o que no caso da igreja católica indica uma idade na faixa da indicada por Hummes, já que não existem cardeais com menos de 50 e poucos anos.

Nascido no Rio Grande do Sul e descendente de alemães, Scherer é considerado, aos 63 anos, como o latino-americano com mais possibilidades de ocupar o posto deixado por Bento XVI. Braz de Aviz, por sua vez, ocupa, aos 65 anos, a maior hierarquia brasileira no Vaticano, como prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

Entre os 117 votantes e candidatos a papa, 47 têm idade entre 60 e 70 anos. Destes, 49% são europeus (21,2% italianos), 19% latino-americanos, 15% dos Eua e do Canadá, 10,6% africanos e 6,4% asiáticos. Somente quatro dos 117 religiosos, com idades entre 76 e 79 anos, são cardeais há mais de 20 anos. O número ascende para 50 quando considerados os cardeais nomeados há mais de 10 anos. Neste caso, a idade dos eleitores varia de 60 a 79 anos. Cerca de 35% dos votantes foram elevados ao posto de cardeal a partir de 2010.

A eleição do papa, uma das votações mais herméticas do mundo, é tradicionalmente realizada na Capela Sistina. Sentados em mesas dispostas lado a lado, os cardeais preenchem - de forma individual e secreta - o espaço em branco das cédulas de votação com o nome de um candidato e as depositam em uma urna. Os votos são contabilizados e lidos em voz alta por três cardeais selecionados do grupo. Caso a quantidade de votos não coincida com o número de presentes, as cédulas são queimadas e o processo reiniciado.

No caso de que nenhum candidato obtenha dois terços dos votos, as cédulas são queimadas e uma fumaça negra é expelida pela chaminé do Vaticano. Neste caso, o mundo católico sabe que ainda não terá o nome do futuro papa. Quando um dos cardeais é eleito, o resultado é uma fumaça branca ganhando o céu.
Fonte: Opera Mundi

Como andam os princípios do Vaticano II?


A assembleia que se reuniu de 1962 a 1965 em Roma trouxe ventos de primavera para o mundo católico. Especialistas avaliam a atual crise na igreja e os ecos do Concílio no mundo

Mauro de Bias
14/2/2013
A assembleia que se reuniu de 1962 a 1965 em Roma trouxe ventos de primavera para o mundo católico, operando reformas e abrindo novas perspectivas. Meio século depois, que saldo restou do otimismo da época? Confirmações, enrijecimentos, mudanças de rota... Especialistas avaliam os ecos do Concílio no mundo atual.

Frei Betto, teólogo
Aqueles que hoje comandam a Igreja Católica conservam uma visão negativa do mundo.
A Igreja Católica se encontra em um impasse. Promoveu o Concílio Vaticano II, quando aprovou importantes mudanças estruturais, mas não levou os documentos à prática após a morte do papa Paulo VI. João Paulo II e Bento XVI simbolizam o empenho em fazer a Igreja retroceder frente ao programa conciliar. Portanto, não penso que haja necessidade de um Concílio Vaticano III, e sim que se apliquem as decisões do Vaticano II.
Aqueles que hoje comandam a Igreja Católica conservam uma visão negativa do mundo (acusado de relativismo de valores); sentem-se incomodados com o pluralismo religioso; insistem em manter, como estrutura básica da instituição, o modelo paroquial, próprio de uma sociedade pré-moderna, na qual relações humanas eram determinadas por proximidade geográfica; miram com desconfiança a mulher, impedida de acesso ao sacerdócio, como ser ontologicamente inferior ao homem; conservam uma visão deturpada da sexualidade, a ponto de condenarem relações sexuais que não tenham como estrito objetivo a procriação dentro do matrimônio; abominam as relações homoafetivas, e têm pouca sensibilidade ao mundo da miséria e da pobreza.
No entanto, dentro dessa mesma Igreja Católica vicejam novos modelos pastorais, como as Comunidades Eclesiais de Base e a Teologia da Libertação, que facilita a releitura da Bíblia pela ótica dos oprimidos e das mulheres.

Ana Maria Tepedino, teóloga (PUC-Rio)

Não conseguimos implementar tudo, mas há renovação dentro das igrejas, com pequenas experiências nos movimentos e comunidades.
O Concílio visava a refletir sobre identidade e missão da Igreja Católica, buscar caminhos próprios e, com outras instituições, descobrir o que se poderia fazer pelo mundo. O Vaticano II mudou profundamente a Igreja e suas relações. Havia grande efervescência social, intelectual, política, econômica e religiosa. Diante desse quadro, João XXIII convocou os bispos do mundo inteiro, professores de universidades católicas, movimentos e associações, pastores e teólogos de outras igrejas para dialogar e refletir.
Houve mudanças em relação aos leigos, agora convidados a uma participação maior e mais efetiva na Igreja. Houve mudança na linguagem, menos abstrata e mais metafórica e simbólica, que melhora a compreensão e nos chama a um novo protagonismo. E na hierarquia, a vivência de uma comunhão e corresponsabilidade maior entre os bispos. Surge uma teologia em que a Igreja é povo de Deus em comunhão, e expressa a relação de Pai, Filho e Espírito Santo, entre si e conosco, como modelo na perspectiva de abertura aos outros, da nossa relação com o transcendente, com a natureza e com a realidade.
Muita gente gostaria de um novo concílio. Não conseguimos implementar tudo, mas há renovação dentro das igrejas, com pequenas experiências nos movimentos e comunidades, nas paróquias, nas organizações eclesiais, nas obras em que os responsáveis agem com seus dons pessoais, fazendo caminho para a experiência de Deus (espiritualidade).

Padre Sérgio Costa Couto (Arquidiocese do Rio de Janeiro)Encontramos muito progresso, mas aqui e ali alguma coisa descarrilou. Devemos retomar seus textos, que ainda têm muito a nos falar.

“Poucas vezes, ao longo de sua história, teve a própria Igreja, e todos os observadores de boa vontade, tão forte sensação de ser movida por uma grande esperança”. Esta observação otimista foi de Joseph Lortz, em 1965. Não é apenas a palavra de um historiador sério que reflete sobre a documentação, mas o ânimo de um padre que vivia aquele momento do Concílio Vaticano II. Segundo historiadores e testemunhas, o clima de universalidade superava as divergências.
Os documentos, acaloradamente discutidos e emendados, eram por fim aprovados com maiorias espantosas: mais de 2.000 votos contra três ou quatro, por exemplo! Contudo, a Igreja também vive no seu tempo. Não conseguimos evitar as influências do “mundo”. Algumas são melhores do que outras. Em 1968, em pleno processo de aplicação das disposições conciliares, somos atingidos por um ambiente de revolução. Os documentos eram cada vez menos lidos, superados por um “espírito do concílio”, que, como jovem rebelde e inconsequente, recusava a própria e milenar herança.
Nestes 50 anos, encontramos muito progresso, mas aqui e ali alguma coisa descarrilou. Devemos retomar seus textos, que ainda têm muito a nos falar. No Vaticano II, temos uma orientação para nossa época, como o Concílio de Trento o fez para a sua. Durante os pontificados de Paulo VI, João Paulo II (sobretudo) e Bento XVI não faltaram documentos urgindo, corrigindo e exortando, segundo a necessidade do momento. Quantos os conhecem? Penso ser este o problema de nosso tempo: a Igreja se expressa, mas a sua expressão chega fragmentada; cada um lê o que quer. Nossa missão é apresentar a fé cristã ao homem de hoje, mas fazê-lo com tranquilidade e sem esconder que algumas de suas exigências podem pesar, mas nunca serão impossíveis com a graça de Deus.

Leia também:
Novos rumos para velhos dogmas - O Concílio Vaticano II tentou manter o catolicismo sintonizado com um mundo que mudava vertiginosamente. Mas terá sido bem interpretado?

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Chamada de artigos - Ciencias Sociales y Religión/Ciências Sociais e Religião



Caros leitores,

Convidamos os pesquisadores a submeterem artigos para as próximas edições
da revista Ciencias Sociales y Religión/Ciências Sociais e Religião
(CS&R). O prazo para apresentação de trabalhos é 10 de abril de 2013.
Para submeter artigos a esta revista, entre na página e siga os passos:
http://www.ufrgs.br/revistacsr

Gracias por tu interés en nuestro trabajo.
Obrigado por seu interesse em nosso trabalho.

Daniel Alves, Editor-Gerente
cienciassocialesyreligion@gmail.com

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Sobre a revista:
A religião se apresenta como um tema clássico de estudo e pesquisa na
área das Ciências Sociais e Humanas. Sua longa duração histórica a
torna um fato social diversificado e de grande atualidade, que exige
aprofundamento e pesquisa constante. A Associação de Cientistas Sociais da
Religião do Mercosul é hoje uma referência regional e continental na
área dos estudos da religião, tendo em seu periódico, Ciencias Sociales y
Religión/Ciências Sociais e Religião, um importante veículo de
divulgação de pesquisas sobre o campo religioso nos países da América
Latina e/ou sobre a religião de populações de migrantes latino-americanos
em outros continentes.
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Ciencias Sociales y Religión/Ciências Sociais e Religião
http://www.ufrgs.br/revistacsr
ISSN impresso: 1518-4463
ISSN on-line: 1982-2650